domingo, 12 de dezembro de 2010

Que número lhe caberia?

Já comparei a vida como uma casa de infortúnios embaraços, mas hoje, ao fazer meu exercício matinal (vício), encarei as lacunas apresentadas do sudoku como sendo reflexos em tantos setores da vida. Que número me caberia? E se removesse o nove para caber ali um modesto seis? Seria ruim, tanto assim se realmente mudanças fossem desempenhadas mesmo por pretextos tão nobres? Ou causaria um "efeito borboleta"?
Às vezes vejo que seria muito bom voltar ao passado (ao futuro seria mais fictício ainda!) para fazer mudanças, correções e/ou reviver propositadamente aquelas boas situações, sabe. Tentaria ou mudar a natureza de argumentos ou mesmo a intensidade daqueles momentos sem interferir em sua natureza porque foi simplesmente bom. De um abraço brando para um muito mais intenso; um olhar acompanhado de um sorriso tímido por outro olhar mais penetrante e demorado, aquele sedutor e irredutível como se fosse por uma questão de vida e morte; falar com mais doçura e degustar a situação fazendo um convite pelo compromisso de lhe dar companhia... Enfim, tudo seria possível, mas, infelizmente, assim como a matemática de sudoku o tempo tem seus encaixes sistemáticos que não faz aberturas para remoções quaisquer que sejam. Uma "peça" que seja, está desempenhando papel preponderante no resultado geral, não importando seu peso, cor ou intenção. Seja como for, aprendi que até mesmo um olhar faz encaixar-se sem qualquer pedido de licença, assim como a flecha atirada que não volta e a palavra pronunciada, é uma oportunidade vivida!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010


Pessoas Maravilhosas
Futuros Psicólogos =D
"Todos tão jovens e com uma grande caminho a percorrer.
Mas o futuro parece convidativo e fascinante a cada dia"...

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O nevoeiro :Um terror psicologico

Um representação da sociedade em um mercadinho.


É incrível como momentos de ócio podem trazer visões incríveis!Não,eu não estou usando drogas estou falando de uma sessão de filmes..
Estava assistindo ao Filme "O nevoeiro"(the mist Original) ,uma adaptação baseada numa história de Stephen King ,só ao saber isso já é motiva para voltar as atenções para ele (os viciados em filmes vão me dar toda a razão).

A história se passa na pequena cidade Maine
depois que uma violenta tempestade devasta a cidade , David Drayton - um artista local - e seu filho de 8 anos correm para o mercado, antes que os suprimentos se esgotem. Porém, um estranho nevoeiro toma conta da cidade,Vários pessoas,com pensamentos,valores, ideias e crenças completamente diferentes com uma fanática religiosa,um pai dedicado,um forasteiro cético,um motoqueiro rock'n roll ,etc...E não demora muito para as mesmo perceberem q estão pressa no mercadinho ja que o nevoeiro que as abriga criaturas mortais que matam,devoram e estraçalham qualquer um q tente sair.


E é ai que o terror começa,as ameaças vem de todos lados não só das criaturas misteriosas mas também das próprias pessoas ali presas
,ao tenta desvendar o mistério, o caos se instala e fica evidente que as pessoas dentro do mercado podem tornar-se tão ameaçadoras quanto as criaturas do lado de fora.Como o próprio encarte do filme diz"O medo muda tudo"
Em momentos de alto nível de estresse, os personagens tentam recorrer à racionalidade, em meio a uma situação extremamente e distante de acreditar. É nessas horas que a irracionalidade distante de acreditar. É nessas horas que a irracionalidade toma conta.

Sem ter para onde correr ou pedir ajuda os habitante dessa micro sociedade passa agir por conta própria com suas leis e regras particulares onde as antigas ideias de bem e mal desaparecem e a moralidade acaba sendo substituída por uma luta por poder,territorialismo e religião.E a situação se torna mais tensa no momento em que fanática religiosa
Mrs. Carmody se torna uma espécie de líder nessa TRIBO onde passa a ser juíza,profeta, policia e detentora de todas as decisões e em minha opinião,a questão religiosa acaba sendo o pilar principal e mais importante do filme e é o que noto nesse dialogo

"As pessoas são boas, decentes. Meu Deus, somos uma sociedade civilizada", diz a mocinha.

"Claro. Contanto que as máquinas funcionem e o 190 atenda. Tire isso, deixe todo mundo no escuro e assustado e as regras se vão. As pessoas vão recorrer a quem quer que ofereça uma solução. Somos fundalmentamente insanos como espécie. Coloque gente suficiente num quarto e é só uma questão de tempo até cada metade começar a imaginar maneiras de matar a outra por que acha q inventamos a política e as religioes?", respondem os pessimistas (ou seriam realistas?) mocinhos.

O filme é uma otimo adaptação de king ,coisa rara nos dias de hoje, e é muito bom para quem gosta de ler nas entrelinhas uma otima representação do comportamento humanos a psicanálise e psicologia comportamental tem muito explorar.Tem um dos finais mais pessimistas e espetaculares que vi nada de FINAL DE NOVELA DA GLOBO ainda bem...

domingo, 6 de junho de 2010

Experimento de Milgram é recriado...Em 50 anos o ser humano não mudou


O ser humano é uma espécie maravilhosa,boa,integra,ética e respeitosa mas isso é só até colocar dinheiro em jogo e uma ordem superior apartir dai todos os valores se tornam nulos,exagero meu??? Não, não mesmo
Isso ficou provado na reformulação do teste ético do psicólogo social Stanley Milgram.

Um documentário que foi exibido no mês de março na televisão na França mostrando participantes de um game show sendo estimulados a torturar seus rivais no programa.

Os participantes são instruídos a puxar alavancas para aplicar choques elétricos – e aumentar a voltagem – em seus rivais, que ficam amarrados em cadeiras elétricas.

No entanto, os participantes não são informados de que seus oponentes, que estão amarrados nas cadeiras elétricas, são na verdade atores, e que não há choque nenhum sendo aplicado.

O game show foi criado especialmente para o documentário "Jusqu' va la télé?" ("Até onde vai a TV?", em português,deviam trocar o nome para "Até onde vai O homem")

Segundo os produtores do documentario, o objetivo do game show é mostrar como as pessoas podem se comportar de forma inaceitável em "reality shows" alguns participantes do BBB são provas vivas disso.

O documentario mostra quantos participantes em um ambiente de TV concordam em agir contra seus próprios códigos e princípios morais quando orientados a fazer algo extremo (ordem superior no caso uma apresentadora muito linda e sádica).

O resultado impressionou os produtores ao ver que os mesmo seguiam cegamente as ordem da apresentadora maligna e da plateia sedenta por sangue que gritava "punição,punição,punição"

No game show, 82% dos participantes concordaram em puxar a alavanca, acreditando que estavam aumentando a dor nos seus rivais. O resultado remete ao experimento do nosso amigo Stanley Milgram (aqui) que a quase 50 anos trouxe resultados bem semelhantes onde os participantes assumiam o lugar de professores infligindo o que acreditavam ser choques elétricos de até 450v suficiente para matar um ser humano Não digo que todas as pessoas são cruéis ou gananciosas ,eu ainda tenho esperança na humanidade os 18% q se recusam me mostraram isso.

Fonte : BBC Brasil

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Darwin e a Psicologia

Autor da teoria da evolução também fez experiências com psicologia



por Jabr Ferris [Scientific American]


Wikimedia Commons





Charles Darwin é famoso pela prolífica obra sobre biologia. Além de publicar sua teoria da evolução, escreveu livros sobre recifes de coral, minhocas e plantas carnívoras. Mas o eminente naturalista fez importantes contribuições além das ciências da vida: também foi um psicólogo experimental.

Darwin conduziu um dos primeiros estudos sobre como as pessoas reconhecem a emoção nos rostos, de acordo com pesquisa de Peter Snyder, neurocientista da Brown University. Snyder se baseou em documentos biográficos inéditos, agora divulgados na edição de maio do Journal of the History of the Neurosciences.

Lendo cartas de Darwin na University of Cambridge, na Inglaterra, Snyder observou várias referências a uma pequena experiência sobre emoções que o cientista realizara em sua casa. Com a ajuda de bibliotecários, Snyder descobriu notas com caligrafia ilegível das mãos idosas de Darwin e com a letra de sua esposa, Emma. Embora o fascínio de Darwin com a expressão emocional seja bem documentado, ninguém tinha reunido os detalhes de sua experiência caseira. Agora, surge uma narrativa completa.

“Darwin aplicou um método experimental que, na época, era muito raro na Inglaterra vitoriana", disse Snyder. "Ele avançou nas fronteiras de todos os tipos de ciências biológicas, mas suas contribuições para a psicologia são pouco conhecidas."

Em 1872, Darwin publicou o texto "A expressão das emoções no homem e nos animais”, no qual argumentava que todos os seres humanos e até mesmo outros animais expressavam emoções por meio de comportamentos notavelmente similares. Para Darwin, a emoção tinha uma história evolutiva que poderia ser rastreada através de culturas e espécies. Hoje, muitos psicólogos concordam que certas emoções são universais para todos os seres humanos, independentemente da cultura: raiva, medo, surpresa, nojo, alegria e tristeza.

Ao escrever o livro, Darwin correspondeu-se com vários pesquisadores, incluindo o médico francês Guillaume-Benjamin-Amand Duchenne, para quem os rostos humanos poderiam expressar pelo menos 60 emoções distintas, dependendo do grupo específico de músculos faciais. Em contraste, Darwin acreditava que as musculaturas faciais trabalhavam juntas para criar um conjunto de apenas algumas emoções.

Duchenne estudou a emoção através da aplicação de uma corrente elétrica nos rostos. Ao estimular a combinação correta de músculos faciais, Duchenne imitou expressões emocionais genuínas. Ele produziu mais de 60 fotos de suas cobaias humanas, demonstrando o que acreditava ser emoções distintas.


Mas Darwin discordou. "Comecei a olhar para o álbum dos fotogramas que Darwin tinha recebido de Duchenne", disse Snyder. "E Darwin escreveu essas notas críticas nele, dizendo: ‘Eu não acredito nisso. Isso não é verdade’".

Segundo Darwin, apenas alguns slides de Duchenne representariam emoções humanas universais. Para testar essa ideia, ele realizou um estudo duplo-cego em sua casa no condado de Kent, Inglaterra. Darwin escolheu 11 de slides de Duchenne, colocou-os em uma ordem aleatória e apresentou-os um de cada vez para mais de 20 dos seus convidados, sem quaisquer sugestões ou questões de liderança. Então pediu aos amigos que adivinhassem qual emoção cada slide representava. “Esse tipo de controle experimental seria considerado rudimentar atualmente, mas foi avançado no tempo de Darwin”, ressalta Snyder.

De acordo com as notas nos manuscritos e nas tabelas de dados estudados por Snyder, os convidados de Darwin concordaram quase unanimemente sobre a felicidade, tristeza, medo e surpresa, mas discordaram sobre outras emoções. Para Darwin, apenas os slides fotográficos de emoções básicas eram relevantes.

Darwin utilizou os resultados de seu experimento do século 19 para melhorar a própria compreensão da emoção e da expressão. Mas seus métodos pioneiros continuam a ser relevantes para psicólogos atuais.

"Hoje usamos quase a mesma técnica, e até mesmo os estímulos, para avaliar o reconhecimento emocional de uma variedade de doenças psiquiátricas, como o autismo e a esquizofrenia", disse Snyder. "Os métodos de abordagem de Darwin não estão presos no tempo.”

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Tudo por sexo


O que há em comum no desejo de ganhar um salário maior ou de escrever uma poesia?

O que há em comum no desejo de ganhar um salário maior ou de escrever uma poesia? Para Geoffrey Miller, especialista em psicologia evolutiva e autor do livro A mente seletiva (Editora Campus),a resposta está no sexo. Isso mesmo.A necessidade de tornar-se mais atrativo sexualmente seria a chave para compreender até o surgimento da sofisticada cultura humana.

Partindo do princípio de que a reprodução é o instinto básico em todos os seres, Miller acredita que a mente desenvolveu, durante a evolução, diferentes “estratégias reprodutivas”. Se os homens pré-históricos precisavam caçar animais para atrair suas parceiras, os modernos Homo sapiens compram iates ou escrevem sinfonias.A evolução também explicaria, por exemplo, por que os homens seriam mais promíscuos que as mulheres quanto ao sexo . “São diferentes estratégias reprodutivas”, diz Miller. “Enquanto as mulheres normalmente estão mais interessadas na qualidade de seus parceiros (segundo ele, pela necessidade de criar seus filhos), os homens geralmente são menos exigentes na escolha de quem levar para cama.” Antes de ser acusado de usar a ciência em prol do machismo, ele diz que essa situação muda quando o homem escolhe a mãe de seus filhos."Ai ele se torna tão exigente quanto as mulheres”, diz Miller, que conversou com a revista Superrinteressante sobre seu trabalho.

O que é a psicologia evolutiva?

Ela tenta entender a natureza humana perguntando como nossos ancestrais sobreviveram e se reproduziram. Quanto melhor nós entendermos nossa evolução, melhor nós entenderemos nossos cérebros, nossas mentes e o comportamento moderno.A psicologia evolutiva procura compreender, por exemplo, por que buscamos status, achamos alguém sexualmente atraente, fazemos amigos, fofocamos e outras respostas para perguntas que tradicionalmente foram negligenciadas pela psicologia. O que estamos compreendendo agora é que boa parte do nosso comportamento é produzido por circuitos do cérebro que evoluíram, originalmente, para que os nossos ancestrais se tornassem sexualmente atrativos.

Ou seja, tudo tem uma base sexual?

Os comportamentos humanos evoluíram, sim, devido ao sexo . Mas isso não significa que hoje eles tenham uma conotação sexual. Os pássaros não cantam apenas para o acasalamento, mesmo que essa habilidade tenha tido originalmente essa função. Não deve ser à toa que nos interessamos por música, dança e humor depois da puberdade, no momento exato em que começamos a estar predispostos a atrair parceiros sexuais.

Em seu livro A mente seletica, o senhor também trata das diferenças entre homens e mulheres quanto ao comportamento sexual.

Enfoco as semelhanças entre homens e mulheres, enquanto outros psicólogos evolucionistas normalmente prestam atenção nas diferenças. As diferenças são importantes, mas podem ser exageradas. Homens podem potencialmente ter muitos filhos com muitas mulheres. Mulheres podem somente ter, no máximo, cerca de uma dezena de filhos. Isso faria, portanto, que elas sejam mais interessadas na qualidade dos seus parceiros que na quantidade. Mas apesar de os homens, em geral, serem menos exigentes na escolha de suas parceiras, isso muda quando ele tem que escolher alguém com quem viver por muito tempo. Tornam-se quase tão exigentes quanto as mulheres. Isso não é comum na natureza, onde apenas a fêmea costuma ser exigente e o macho acasala com todas as fêmeas que pode conseguir.

O que torna uma pessoa interessante ou sexualmente atrativa?

Quando se trata de apaixonar-se, há muitas evidências de que nós nos importamos muito com a inteligência, a amabilidade, a criatividade e o senso de humor. Enquanto os animais focam basicamente a aparência física e um ritual de cortejo mais simples, estamos interessados também nos pensamentos e sentimentos dos nossos parceiros. É por isso que a seleção sexual gerou os pensamentos e sentimentos humanos. Preocupa-nos muito, por exemplo, se alguém é interessante para conversar. A maioria do cortejo humano é verbal, e eu calculo que os amantes trocam, em média, cerca de 1 milhão de palavras antes de manter relações sexuais que acabem em gravidez. Isso deu à seleção sexual enorme poder para formar a linguagem humana e qualquer outro meio para expressar emoções.

Além da linguagem, a“seleção sexual” também teria importante papel no desenvolvimento das artes plásticas, da música e da literatura?

Foi por isso que escrevi A mente seletiva. Acho que é importante reconhecer que todas essas manifestações do comportamento humano são relacionadas com exibir-se, como formas de conquistar status social e de atrair parceiros. Daí meu argumento de que tudo isso evoluiu, em parte, por conta da seleção sexual. Isso parece razoável porque a maioria das características mais bonitas e impressionantes dos seres vivos – as flores, a cauda do pavão, o som dos rouxinóis – é também fruto da seleção sexual.A teoria da seleção sexual diz que somos atraídos pelos trabalhos artísticos mais difíceis e custosos de fazer, em termos de tempo, energia e capacidade. Acredito que isso define boa parte das nossas preferências estéticas. Nosso senso de belo na arte evoluiu para que pudéssemos escolher os artistas mais talentosos como parceiros sexuais. Há exemplos disso acontecendo em outras espécies. Há pássaros na Austrália que constroem ninhos com pedras e conchas. As fêmeas passam, fazem uma inspeção de cada ninho e acasalam com o macho que construiu o ninho mais bonito. Assim, os genes para construir ninhos bonitos espalharam-se através dessa espécie de pássaros. Meu livro tenta entender como algumas das aptidões que mais valorizamos, como a arte, surgiram de maneira similar.

O que, no comportamento humano, poderia ser determinado pela seleção sexual?

A seleção sexual determinou nossa necessidade de status, prestígio e respeito social. Status não é tão útil para a sobrevivência, mas é muito importante para a reprodução. Quando competimos no local de trabalho, nós estamos buscando status do mesmo jeito que nossos ancestrais tentaram alcançar status sendo bons caçadores ou contadores de histórias. Ou seja: estamos sempre atuando para impressionar e atrair parceiros sexuais. Nossa cultura não está separada da nossa evolução biológica.


O senhor acredita que sua teoria poderia ajudar outras ciências humanas. Para a economia, por exemplo, qual seria a contribuição dela?

Muitos aspectos importantes da economia não são explicados muito bem pelos economistas. Eles não conseguiram explicar, por exemplo, por que compramos artigos de luxo ou por que trabalhamos para ganhar mais do que precisamos para sobreviver. Todos esses fenômenos são resultado da seleção sexual. Em economias modernas, nós não adquirimos status caçando animais ou alegando ter poderes espirituais, mas por meio da ascensão profissional. Isso explica, também, por que os homens são mais ambiciosos financeiramente que as mulheres – afinal, eles são propensos a ter mais parceiras. Nós não somos conscientes de tudo isso, claro, mas a maioria de nós se comporta exatamente de acordo com a teoria de Darwin.

Se sua teoria baseia-se no instinto de reprodução, como o senhor explicaria a homossexualidade?

Eu não tenho uma explicação para a homossexualidade. Ela ainda é um mistério do ponto de vista evolutivo e, até onde eu sei, ninguém tem uma explicação satisfatória.

Geoffrey Miller

• Professor Assistente de Psicologia evolutiva da Universidade do Novo México, em Albuquerque, Estados Unidos.

• Tem 37 anos, é autor do livro A Mente Seletiva, em que propõe que a cultura humana surgiu da necessidade que temos de atrair parceiros sexuais.

• Quando não está ensinando, gosta de pintar, esquiar e andar de bicicleta.


fonte:aqui

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Livro acusa Freud de charlatanismo causa polêmica na França



Um novo livro que acusa o pai da psicanálise, Sigmund Freud, de ser mentiroso, fracassado e defensor de regimes totalitários está criando polêmica na França.

De acordo com o filósofo francês Michel Onfray, autor de Le Crépuscule d'une idole, l'affabulation freudienne (O Crepúsculo de um Ídolo, a Fábula Freudiana), a psicanálise é comparável a uma religião e sua capacidade de curar as pessoas é semelhante a da homeopatia.

O livro começou a ser vendido nesta semana nas livrarias francesas, mas já havia começado a gerar controvérsia antes mesmo de sua publicação. Psicanalistas acusam Onfray de cometer erros e ignorar fatos para defender a sua tese.

'Necessidades fisiológicas'

O conhecido filósofo, que escreveu Tratado de Ateologia (publicado também no Brasil), acredita que Freud transformou seus próprios "instintos e necessidades fisiológicas" em uma doutrina com pretensão de ser universal.

Mas, para Onfray, a psicanálise seria "uma disciplina verdadeira e justa no que diz respeito a Freud e ninguém mais".

Onfray diz que Freud fracassou na cura de pacientes que ele mesmo atendeu, mas ocultou ou alterou suas histórias clínicas para dar a impressão de que o tratamento havia sido bem sucedido.

Ele afirma, por exemplo, que Sergei Konstantinovitch, indicado por Freud como "o homem dos lobos", continuou fazendo psicanálise mais de meio século depois de ter sido supostamente curado por Freud.

E diz que Bertha Pappenheim, conhecida como "Anna O." e apresentada por Freud como um caso em que o tratamento contra histeria e alucinações funcionou, continuou tendo recaídas.

Durante um debate com a psicanalista francesa Julia Kristeva publicado esta semana no jornal francês Le Nouvel Observateur, Onfray rejeitou a noção de que o método de Freud "cura todas as vezes".

"A psicanálise cura tanto quanto a homeopatia, o magnetismo, a radiestesia, a massagem do arco do pé ou o exorcismo feito por um sacerdote, quanto nenhuma oração diante da Gruta de Lourdes (onde há relatos de que Nossa Senhora teria aparecido)", afirmou.

"Sabemos que o efeito do placebo constitui 30% da cura de um medicamento", acrescentou. "Por que a psicanálise escaparia desta lógica?"

Se formos analisar a psicanálise sob a otica da epistemologia,ela não é uma Ciêntificos. Não há reprodutibilidade, não há comprovação empírica, não refutabilidade


Dinheiro, sexo e fascismo

Além de questionar o método de Freud, Onfrey criticou sua personalidade e o apresenta como alguém que foi capaz de cobrar o equivalente ao que seriam hoje US$ 600 por uma sessão, e incapaz de tratar dos pobres.

O filósofo francês diz que acredita que Freud tinha preconceito contra homossexuais e com um interesse especial em temas como abuso sexual, complexo de Édipo e incesto, e que dormia com a cunhada.

Em termos ideológicos, Onfray defende a tese de que Freud flertou com o fascismo e diz que em 1933, ele escreveu uma dedicatória elogiosa para Benito Mussolini: "Com as respeitosas saudações de um veterano que reconhece na pessoa do dirigente um herói da cultura."

Ele afirma que o criador da psicanálise procurou se alinhar com o chanceler Engelbert Dollfuss, que instaurou o "austrofascismo" no país, e também às exigências do regime nazista.

'Ódio'

O livro gerou uma onda de troca de acusações e protestos nos círculos intelectuais da França.

A historiadora e psicanalista Elisabeth Roudinesco afirmou em artigo em Le Nouvel Observateur que o novo texto de Onfray está "cheio de erros" e "rumores".

Roudinesco acusou Onfray de ter tirado as coisas do contexto e afirmou que Freud "de maneira alguma apoiou o fascismo e nunca fez apologia dos regimes autoritários".

"Quando sabemos que oito milhões de pessoas na França tratam-se com terapias derivadas da psicanálise, está claro que no livro e nas palavras do autor há uma vontade de causar danos", disse.

Em seu debate com Onfray, Kristeva defendeu a psicanálise como um mecanismo capaz de tratar de problemas como a histeria, o complexo de Édipo ou comportamento anoréxico ou bulímico, entre outros.

"Onfray nos insulta quando diz que a psicanálise não cura", escreveu o psiquiatra e psicanalista Serge Hefez no semanário Le Point. "O que fazemos todos nós em nossos consultórios, centros de terapia familiar, conjugal, nossos hospitais (...) senão ajudar o sujeito a se converter em ator de sua própria história?"

Hefez disse que "a psicanálise cura, é um tratamento útil e vivo praticado por milhares de terapeutas conscienciosos que conhecem fracassos, sucessos parciais e sucessos."

Onfray respondeu que várias reações contra seu livro evitam responder seus argumentos centrais e, em um artigo publicado no jornal francês Le Monde, perguntou se era impossível fazer uma leitura crítica de Freud.

"Com este livro, alguns amigos haviam me adiantado o ódio porque me metia com o bolso", escreveu. "Hoje eu me dou conta do quão certos estavam".

Para terminar, temos um “causo”. Freud estava tratando de uma mulher que tinha sempre a impressão de estar sentindo cheiro de pudim de laranja queimado. Acontece que o bom Freud vaticinou que as sensações olfativas da distinta senhorita eram sintomas de histeria crônica. Misteriosamente, a paciente deixa de ir no consultório. Tempos depois, Freud a encontra e pergunta como ela tem passado. Ela diz que muito bem, que descobrira que o cheiro de pudim queimado era devido à vizinha, que sempre deixava o doce queimar, mas jogava pela janela para que o marido não visse. (história contada no livro A Assustadora história da Medicina, de Richard Gordon)

fonte: BBC

Experiência da Obediência de Stanley Milgram

Stanley Milgram (1933 - 1984) foi um psicólogo norte-americano graduado da Universidade de Yale que conduziu a experiência dos pequemos mundos (a fonte do conceito dos seis graus de separação) e a Experiência de Milgram sobre a obediência à autoridade. Esta experiência tinha como objectivo o estudo das reacções individuais face a indicações concretas de outros. A obediência era medida através das acções manifestas e implicava comportamentos fonte de sofrimento para outros. Experiência:
1 Um voluntário apresentava-se para participar na experiência, sem saber que seria avaliado na sua capacidade de obedecer a ordens. Era colocado no comando de uma falsa máquina de infligir choques;
Os sujeitos eram
encarregues num suposto papel de “professor” numa experiência sobre “aprendizagem”.
2 A máquina estava ligada ao corpo de um homem mais velho e afável, que era submetido à uma entrevista numa sala ao lado. O voluntário podia ver o homem mais velho, mas não era visto por ele;
3 O voluntário era instruído por um investigador a accionar a máquina de choques todas as vezes que a pessoa errava uma resposta. A intensidade dos choques aumentava supostamente 15 volts por cada erro cometido, desde 15 (marcado na máquina como “choque ligeiro”) até
450 volts (marcado na máquina como“perigo: choque severo”);
4 À medida que a intensidade dos choques aumentava a pessoa queixava-se cada vez mais até que se recusa a responder;
O experimentador ordena ao sujeito para continuar a administrar choques.”Você não tem alternativa, tem que continuar”;

Ilustrações: Edivaldo Serralheiro
Mesmo vendo o sofrimento, a maior parte dos voluntários continuava obedecendo às ordens e infligindo choques cada vez maiores. A intensidade máxima, 450 v, significaria hipoteticamente matar a outra pessoa. 65% das pessoas obedeceram às ordens até o fim e deram o choque pretensamente fatal. Variações no procedimento Milgram (1974):
  1. Proximidade da vítima:
  • Se a vítima só podia ser ouvida, 65% dos sujeitos iam até ao limite.
  • Se houvesse contacto visual a percentagem baixava. Contudo, mesmo quando os sujeitos eram eles próprios a manter a mão do aprendiz sobre uma placa metálica, 30% iam até aos 450 volts.
2. Proximidade da figura de autoridade:
  • Quando o experimentador dava as instruções pelo telefone só 20.5% continuavam a obedecer;
3. Legitimidade da autoridade:
  • Quando a experiência era conduzida num edifício normal de escritórios a obediência caiu para 48%;
4. Influências sociais:
  • Se estivesse presente um segundo sujeito que obedecia, a obediência chegava aos 92%. Se o outro recusava, somente 10% dos sujeitos chega aos 450V.
As opções metodológicas deste estudo levantaram alguns problemas do ponto de vista ético pois podemos questionar-nos se seria legitimo induzir os sujeitos experimentais em erro numa questão tão delicada quanto esta. Quem efectivamente acabava por sofrer algum dano era o sujeito "agressor" que podia ficar afectado psicologicamente por ter sido levado a pensar que tinha provocado sofrimento a outra pessoa.

fonte aqui

terça-feira, 1 de junho de 2010

Homens preferem cantadas mais diretas.


Garotas ,essa é pra vocês...
Sabe aquele cara que você da mole em um festa mas o cara simplesmente não faz nada???
Não ele não é gay(nem todos) o problemas não esta na sua abordagem e sim no cérebro dele...
Uma pesquisa realizada na Universidade Bucknell, na Pensilvânia, revelou que os homens preferem uma abordagem direta quando recebem uma cantada de uma mulher. De acordo com o estudo, os homens têm dificuldade em entender os sinais que indicam o nível de interesse que uma mulher pode ter em relação a eles, mesmo que a linguagem corporal dela seja convidativa. Frases simples como “Você gostaria de ir jantar?” ou “Posso te dar o meu telefone?” evitam confusão e ajudam a garantir o sucesso do flerte.

Os pesquisadores pediram a um grupo de mulheres que revelassem suas melhores frases para abordar um potencial namorado. Eles apresentaram as 50 respostas mais comuns e pediram a 70 homens e mulheres que dissessem se achavam que elas surtiam um efeito positivo.

As mulheres também preferiram uma abordagem mais direta, mas consideraram positivas frases que têm o objetivo de identificar interesses comuns.

Cantadas supostamente bem humoradas como “A sua camisa combina com a minha roupa de cama” não foram bem vistas, de acordo com o estudo, que foi publicado na revista “Personality and Individual Differences”.

Pior do que esta, só aproximações com frases como “Acho que eu te conheço. Nós já nos encontramos antes?” O psicólogo Joel Wade, que liderou o estudo, disse: “Indicação direta de um possível encontro assim como a sugestão de uma possível data dá ao homem um sinal mais claro do que a emissão de sinais não-verbais vagos que o homem precisa decifrar.” Wade disse que sugestões diretas retiram qualquer “incerteza em relação ao resultado da interação”.

A reportagem é da UOL Ciência

Bom, mulheres, está dada a dica. Comigo funcionam cantadas como:

Quero vc agora
To LOUCA pra dar pra você!

Abordagem das Abordagens/Teorias da Psicologia

domingo, 30 de maio de 2010

Teste-se: Você é PSICOPATA????

Não estou mentindo: quando posso, entupo meu tempo entre net, livros (e-books, por quê não?) e séries, agora melhores que filmes rs...

Estive hoje analisando uns episódios de Dexter e é algo de grande polêmica: a natureza do personagem é algo anormal pois trata-se de um serial killer que mata que sem destreza outros de sua "laia" fazendo ou não justiça.... Bom, falar é fácil. É uma patologia? Seria bom discutir-se isso! Agora, faça o teste você mesmo: você se encaixa no perfil de um psicopata ? Abaixo, site do próprio "traça" seu perfil e diz quantos % de portencial você tem.

Medo?  Mas de que? Ou será De Quem?

Se o resultado lhe causar espanto, quebre os espelhos de sua casa!

Dexter's Psicho Therapy

Sobre a série Dexter

Wikipédia define:

 Dexter é uma premiada série televisivaestadunidense do canal Showtime, exibida desde 2006 nos Estados Unidos, e desde 2007, no Brasil pelo canal FX Brasil, e, em Portugal pela FX Portugal.
A série é baseada no livro Darkly Dreaming Dexter, de Jeff Lindsay, e conta a história de Dexter Morgan, um assassino em sérieanalista forensesangue, no departamento de polícia do Condado de Miami-Dade. Dexter é interpretado por Michael C. Hall. que trabalha como especialista em padrões de dispersão de
Nos Estados Unidos, a primeira temporada teve doze episódios e foi exibida de 1 de outubro de 2006 a 17 de dezembro de 2006. A segunda temporada, nos EUA, foi exibida no segundo semestre de 2007 e também contou com doze capítulos.
Valendo-se do fato de ser um expertflashbacks e, paulatinamente, vai desvelando diversos segredos dos personagens, criando um ambiente de constante suspense.
 
  

Um olhar admirador...
segundo Bruno Carvalho, em Ligado Em Série  [na íntegra]

 Ah, como o som de três simples palavrinhas pode virar o jogo de forma tão abrupta, não? “Olá, Dexter Morgan” foi o cumprimento daquele que foi subestimado por seu caçador, que agiu meticulosamente seguindo um código de conduta estrito ao longo de muitos anos e que triunfa no terreno do inimigo com apenas um mero cortejo. Mais uma vez desde que decidiu “voar solo” e ignorar algumas regras de seu pai, Dexter se encontrou em uma situação impossível e que o deixa completamente exposto e sem ação. Arthur Mitchell é um psicopata doente, sim, mas um psicopata doente que sobreviveu décadas sem ser descoberto. Ambos foram desleixados e ambos ganharam pequenas batalhas, mas a perícia e destreza que sobram em Morgan são compensadas pelos anos de experiência do velho matador. 


 Este foi um episódio repleto dos arquétipos da psicologia que estão presentes em toda a série. Para Freud, a infância é o momento crucial da vida onde a personalidade do indivíduo é formada e dali nasceu a sede de sangue do nosso protagonista, a necessidade de se auto-afirmar perante figuras paternas de Debra e Christine e o incontrolável sonho de Arthur em resgatar o controle de sua triste história. Mas enquanto a ciência está aí para definir estas pessoas, no fim das contas é a Teoria do Caos que vai prevalecer sobre esta complexa e imprevisível situação. E mesmo brilhantemente pensada por uma competente e impecável equipe de roteiristas, a trama de Dexter chega para nós como um fractal, uma forma que não pode ser prevista ou antecipada. Se antes podíamos ter a esperança ou até mesmo a certeza de que tudo no fim iria dar certo, o “Olá, Dexter Morgan” neste contexto tão insustentável coloca tudo a perder. Falta pouco, agora.

*Aqui consta também uma crítica sobre a série: blog Contexto Moderno

Tirinhas LOUCAS! 2


.
.
.                                                                                        Série LAERTE
.
.
.

.
.
.
.
.
.

sábado, 29 de maio de 2010

FUNDAMENTOS DE PSICOLOGIA EXPERIMENTAL 3

FUNDAMENTOS DE PSICOLOGIA EXPERIMENTAL 2

FUNDAMENTOS DE PSICOLOGIA EXPERIMENTAL - Passo 1

Aqui estão alguns passos dessa disciplina importante em Psicologia (não só para os beharioristas, pelo que vejo). Aprecie com moderação (ou muita).

de Jesiane Wanziler


Crença religiosa contra a depressão

 
 Um artigo publicado no periódico científico Journal of Clinical Psycology mostra que pacientes com depressão respondem melhor aos tratamentos clínicos quando cultivam alguma crença religiosa. O estudo foi realizado com 136 pacientes adultos diagnosticados com depressão profunda e transtorno bipolar. Segundo os autores, a religião pode aumentar em pouco mais de 70% as chances de recuperação. 

Fé contra a depressão

Pesquisas têm sugerido que a crença religiosa pode ajudar a proteger as pessoas contra os sintomas da depressão.
Mas um estudo, feito na Universidade Rush, nos Estados Unidos, vai um passo além.
Em pacientes já com o diagnóstico de depressão clínica, a crença em um Deus que se importa com as pessoas pode melhorar a resposta ao tratamento médico, conforme relata um artigo publicado no Journal of Clinical Psychology.

A Pesquisa
Participaram do estudo um total de 136 adultos diagnosticados com depressão grave ou depressão bipolar, atendidos tanto em ambiente hospitalar quanto ambulatorial, voltados para cuidados psiquiátricos.
Os pacientes foram examinados logo após a internação para tratamento e oito semanas depois, utilizando o Inventário Beck de Depressão, a Escala de Desesperança de Beck, e a Escala do Bem-Estar Religioso - todos instrumentos padrão das ciências sociais para avaliar a intensidade, a profundidade e a gravidade da doença e os sentimentos de desesperança e de satisfação espiritual, respectivamente.

O que acontece é que a resposta à medicação, definida como uma redução de 50 por cento nos sintomas, pode variar em pacientes psiquiátricos. Alguns podem não responder de forma alguma.
Mas o estudo descobriu que aqueles com fortes crenças em um Deus pessoal e que se preocupa com as pessoas tinham maiores chances de responder à medicação e experimentar melhoras.


 Especificamente, os participantes que ficaram no terço superior da Escala de Bem-Estar Religioso tinham 75 por cento mais probabilidades de melhorarem com o tratamento médico para a depressão clínica.
O resultado é semelhante a um estudo feito no Brasil, que demonstrou a importância da religião para lidar com o câncer.

Importância da religião para os pacientes

"Para as pessoas diagnosticadas com depressão clínica, a medicação certamente desempenha um papel importante na redução dos sintomas," disse Murphy. "Mas quando se trata de pessoas diagnosticadas com depressão, os médicos precisam estar cientes do papel da religião na vida de seus pacientes. É um recurso importante no planejamento do tratamento."
Um outro estudo sobre religião e medicina mostrou que, apesar da importância da religião na recuperação dos pacientes, a maioria dos médicos tende a ver a fé como um empecilho às suas decisões.

Da Série: Grandes Mistérios da Humanidade


 A questão não é que as mulherres choram por qualquer coisa, mas que nós, homens, gostamos de continuar a não entendê-las. 

 Ai cabe uma dica: de vez em quando, menos interrogação fica dentro do limite permitido por lei, senão "quebra o clima", entende?

O Lado Bom da Depressão Existe?

 A última edição da Galileu estampa na capa o texto "O lado bom da depressão", o que me fez ler a matéria. Curiosamente, em um debate com três profissionais da saúde, os três disseram não concordar que a depressão tenha um lado bom (quer dizer...).
peanuts2007.png
E realmente não tem! Acho que o que a revista quer dizer é que, no processo de superação da depressão (que geralmente envolve terapia) você pode adquirir um autoconhecimento muito grande, podendo até passar por reviravoltas na sua vida que, no fim, podem ser muito satisfatórias. Neste ponto eu concordo: a depressão não tem lado bom, mas o modo como você lida com ela pode trazer benefícios.

 É por isso que defendo o uso da terapia mesmo quando a pessoa está tomando medicamentos, caso contrário é como tomar aspirina para a dor de cabeça: seu sintoma some, mas você não sabe porque ele apareceu e nem quando pode voltar.

 A primeira capa da matéria diz: "Ela [a depressão] não pode ser diagnosticada por exames de sangue, detectada em chapas de raios-x ou investigada em testes de resistência física". Isso porque a depressão não é uma doença como o mal de Alzheimer ou a diabetes, mas sim um transtorno comportamental.

20100511_depression.jpg  Isso quer dizer que ela se desenvolve de acordo com a maneira que lidamos com nossas dificuldades do dia-a-dia. Pode até ser que algumas pesquisas apontem indícios de predisposição genética, mas ela ainda depende do ambiente. E a própria matéria, apesar de chamar a depressão de "doença" umas mil vezes, mostra isso em seus casos relatados: primeiro uma jovem morando só em uma cidade sem emprego nem amigos, depois uma mulher que trabalhava e estudava excessivamente (e aumentou essas horas para lidar com a sensação de vazio), e em seguida um rapaz insatisfeito com o curso que havia escolhido (e para mascarar a tristeza, gastava tempo e dinheiro em compras e baladas). São situações que já trazem mal estar e, dependendo de como lidamos com elas, podemos piorar ainda mais as coisas. A desesperança vem e daí a rotulamos de depressão - o "câncer da alma".

 Acho que acabei falando mais mal do que bem da matéria, mas ela é bem interessante sim! Principalmente para curiosos e pessoas que conheçam outras com o diagnóstico. Já para profissionais da área as revistas científicas são sempre preferíveis.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

O Filme The Village (A Vila) visto sob os olhares Psicanlítico e Junguiano.







The Village ( A Vila ) 2004 - EUA

Direção: M. Night Shyamalan – Elenco: Bryce Dallas Howard, Joaquin Phoenix, Adrien Brody, William Hurt, Sigourney Weaver – Duração: 120 minutos –Gênero: Ficção/Suspense

No ano de 1897 uma vila isolada do restante do mundo é um lugar tranqüilo para se viver em comunidade e harmonia. Entretanto, para se viver tranquilamente, os moradores não entram na floresta onde vivem as criaturas chamadas “Aqueles de Quem não falamos”. O terror que as criaturas despertam na comunidade é o suficiente para manter os moradores afastados. Mas a pergunta é: até quando? O jovem Lucius Hunt (Joaquin Phoenix) solicita aos responsáveis pela vila que ele possa ultrapassar os limites da floresta em busca de remédios para as pessoas, pois um de seus amigos morreu e ele se sente um pouco impotente em não fazer nada. Porém, ele é informado pelo líder Edward Walker (William Hurt) e por sua mãe Alice (Sigourney Weaver) que ele não deve se aventurar. Entretanto, ele não desiste fácil de sua idéia. Apaixonado por Ivy Walker (Bryce Dallas Howard), Lucius também é amigo de Noah Percy (Adrien Brody), um jovem com problemas mentais que também ama Ivy , o que colocará em risco a vida de Lucius e Ivy. Desta forma, Ivy terá que fazer um grande sacrifício, no qual as verdades serão trazidas à tona.


Psicanálise explica ¹

O filme trata da história de nove pessoas que resolveram se afugentar do mundo urbano devido à violência dor, sofrimento e toda a falta de esperança que os grandes centros nos trazem. Juntos eles fundam um vilarejo no qual criam suas famílias isoladas de qualquer contato com o mundo externo.
Para manter o isolamento, esse grupo, chamado pelos habitantes da vila de “Os Anciões”, cria uma lenda sobre monstros que habitam a floresta que cerca o vilarejo. Todos os que entrarem na floresta serão mortos pelos seres chamados “Aqueles de quem não mencionamos”

Porém algo acontece no vilarejo que ameaça a manutenção da vila. Um jovem chamado Lucius Hunt, um corajoso rapaz que desejava passar pela floresta e ir as cidades em busca de remédios para seu povo, é atacado por outro rapaz com problemas mentais chamado Noah Percy, motivado por ciúmes de seu casamento com Ivy Walker.

A grande questão agora para o pai de Ivy, o Líder dos Anciões, estava entre salvar a vida de Lucius, permitindo que sua filha, deficiente visual, fosse até a cidade buscar remédios, ou manter a mentira sobre a vila, sacrificando assim a vida de Lucius.Mas o Sr. Walker não resiste ao amor da filha por Lucius e permite que a mesma vá à cidade e busque remédios. Antes ele conta toda a farsa sobre a história dos monstros, mas não adianta, por que Ivy ainda continua acreditando na existência de monstros. Durante sua caminhada, Noah encontra uma das roupas de monstro, e vestido nela, ele ataca Ivy na floresta, mas ela consegue matá-lo, achando assim que matou um dos temíveis monstros.

Ivy retorna da fronteira da floresta após encontrar um guarda que lhe fornece os remédios. Na verdade, os guardas da floresta são empregados das empresas Walker, e a floresta toda é propriedade do pai de Ivy, mas ela não sabe porque não pode ver. Ela retorna ao vilarejo e assim a vida na vila continuará a mesma.

O filme retrata o medo pelo desconhecido e o estabelecimento de defesas internas que as pessoas criam para perpetuar um sentimento de “segurança”. Podemos perceber que o enredo do filme mostra como os personagens se isolam em um mundo de “fantasia”, descrito por Freud em seu artigo “Para Além do Princípio de Prazer” como um mecanismo que leva o sujeito a negar a realidade que seria na verdade uma evitação do desprazer que o levaria a viver de acordo com o “Princípio da Realidade”.


Percebemos que há uma tentativa de “fuga” do mundo real, com o objetivo de manter a ordem no mundo interior, o que leva a instalação do “recalque”, onde barreiras são formadas como forma de se estabelecer a ordem nesse mundo do inconsciente. Essas barreiras são simbolizadas pelas florestas em redor da vila, pela instalação do medo do desconhecido, das criaturas descritas como “Aqueles de quem não mencionamos”.

Estão presentes no filme sintomas de experiências traumáticas que levam as pessoas a estabelecerem uma relação de “desconfiança perante a vida”, levando-as a quererem se esconder de tudo que causa desprazer.

Porém o inconsciente busca maneiras de romper essas barreiras. Ele nos incomoda, transgride as regras e encontra formas de nos empurrar “para fora da vila”. Esse inconsciente é tipificado no filme pelo personagem Noah, um homem com a mentalidade de uma criança de cinco anos que não aceita regras e é extremamente desobediente, pois com freqüência ele adentrava a floresta sem medo das criaturas.

Um evento inesperado gera uma crise na vila, quando o personagem Lucius é ferido por Noah e precisa de “remédios”. Uma decisão precisa ser tomada: ou deixamos Lucius morrer ou nos arriscamos e saímos da vila, enfrentando os medos. Será que o personagem Lucius não representa uma vontade de ir mais além, de quebrar as regras, os recalques que nos impedem? Somente quando esse “Lucius” que está dentro de nós manifesta sintomas de morte é que corremos em busca de remédios.

As crises instaladas em nosso interior provocadas pela depressão, ansiedade, transtornos obsessivos, pânico colocam em risco o “Princípio de Vida” e nos colocam diante de uma escolha: ou morremos ou nos aventuramos “cegamente” no interior da floresta. Não seria a personagem Ivy um retrato do desejo de se ver livre do medo? Para vencê-lo é preciso encará-lo. Mas como encarar aquilo que está no nível do inconsciente?

Mesmo sabendo que ela não poderia ver os “monstros” da floresta. Mesmo sabendo que eles não eram reais, pois seu pai havia contado a ela a respeito da farsa, ela ainda assim sentia a presença desses monstros. Não seriam esses monstros uma figura das percepções equivocadas que nosso aparelho psíquico faz a cerca dos eventos? Entendemos que não são reais, porém não conseguimos evitar as emoções negativas que eles provocam.

Concluindo, é preciso ter coragem para entrar na floresta, assim como é preciso ter coragem para entrar em processo de análise. Quando iniciamos um processo de análise entramos cegos. Não enchergamos o que há na floresta. Aos poucos as resistências vão caindo até conseguirmos a atravessá-la por completo, o que muda nossa percepção acerca da vida. O medo nunca desaparece por completo, porém entendemos que ele não é real e que é possível vencê-lo todas as vezes que ele se manifesta em nossas vidas.


Sob o olhar Junguiano ²

Este filme reflete a tendência comum do ser humano em tentar encobrir o mal, negando, escondendo, fugindo e ocultando-o como um segredo.No filme, a vila é uma tentativa de criação de um local, um mundo ou uma realidade sem maldade, sem distorções, onde somente o bem e a inocência tenham lugar, como um oásis no meio de um deserto, um lugar puro em meio à feiúra do mundo e da realidade humana.

Segundo Jung, tudo que negamos em nós, coisas boas e ruins, viram nossas sombras. Afirma também que é da natureza humana termos múltiplos aspectos polarizados e contrários. Tendemos em nosso dualismo negar o mal em vez de transformá-lo e integrá-lo. Desta forma, escondemos este nosso aspecto como um segredo que deve ser escondido a sete chaves, já que o tememos e sentimos dele vergonha.

Temos vergonha exatamente do que nos faz humanos. Ter o mal dentro de si não significa que tenhamos que atuá-lo ou usá-lo de forma destrutiva. Ao aceitar que isto é uma característica humana, podemos trazer às claras este aspecto, diminuir sua força e ter alguma escolha sobre ele. Aceitar sua existência sem negá-lo ou escondê-lo traz para nós força e coragem, escondê-lo gera medo e fraqueza.

Há linhas de psicoterapia que trabalham com estes aspectos sombrios quando necessitamos de ajuda externa. Mas procurar estar na verdade e termos a coragem de olhar e reconhecer nossas distorções sem culpa é algo que todos podemos fazer e é uma ação realista que nos fortalece.

Quantas pessoas, famílias, grupos, comunidades e sociedade são enfraquecidas pelos seus segredos. Os segredos geram pensamentos, mentiras, contaminam a confiança entre pessoas e a própria autoconfiança. Há um grande alívio quando nos liberamos do cárcere de nossos segredos e isto nos torna mais honrados .

A nossa honra está em sermos íntegros e verdadeiros, mesmo que falhos e humanos. Nossa honra não está na aparência e em nosso anseio de perfeição. No filme, um dos “anciãos” conclui: “perdi lá fora um familiar e aqui já perdi vários. Aprendi que o sofrimento faz parte da vida.”

Na “vila”, criaram uma realidade a parte, sustentada pelo terror e mentira com o intuito de encobrir a realidade comum e se afastar de uma sociedade violenta. Criaram uma comunidade “pura” e “inocente”, onde seus habitantes são humanos e imperfeitos, onde mais cedo ou mais tarde, o crime brota como uma realidade não transformada no coração e atos dos homens.

É mais fácil escravizarmo-nos do terror de um monstro externo que se perpetua na ignorância que enfrentar o “monstro” interno que poderia ser transformado. Ninguém precisa aceitar ou gostar da violência social e nem se adaptar a ela como algo desejável ou comum. Mas queiramos ou não a violência social é um reflexo de seus membros. A violência externa é o resultado da violência interna não transformada. Mas como transformar a violência interna sem aceitar sua existência como uma realidade humana? Como transformar a violência externa sem aceitá-la como fruto da “doença” individual de todos os seus membros e não de somente uma parte que tem que ser excluída, banida e castigada? Podemos até procurar proteção criando condomínios fechados, altos muros e fortalezas para nos afastarmos do fruto que nós mesmos ajudamos a criar. Mas levamos o inimigo dentro de nós para dentro da fortaleza, já que é parte de nossa natureza humana.

Como fortalecer o amor e a inocência em meio à mentira? Como preservar a inocência e proteção de nossos filhos sem ensiná-los a lidar com suas próprias destrutividades internas? Quanto tempo podemos afastá-los ou apartá-los do perigo, isolando-os da realidade humana à qual pertencem?

Por fim, o filme mostra uma saída no amor, que move montanhas, na cegueira que enxerga com os olhos da sabedoria dos sentimentos, e da coragem que se fortalece não no aparente bom senso, mas no ato humano de fazer o que tem que ser feito para preservar a vida digna sem medos.


Trailer